Em alusão ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a OAB Santa Catarina realizou, na noite desta segunda-feira (28), o evento “Por Reparação e Bem Viver: o Direito como Ferramenta de Transformação na Luta das Mulheres Negras”. A iniciativa, promovida por meio da Comissão de Igualdade Racial, reuniu advogadas, estudantes, representantes de entidades e lideranças no auditório da Seccional, em Florianópolis — todas comprometidas com a construção de uma sociedade mais justa, plural e equitativa.

A programação contou com dois painéis temáticos voltados à inclusão, equidade e reparação, com a participação de especialistas do Direito, da Educação e da Administração Pública.

Representando a Seccional, a secretária-geral adjunta da OAB/SC, Caroline Terezinha Rasmussen, destacou a importância da mobilização: “A OAB/SC reafirma seu compromisso com uma advocacia mais inclusiva, antirracista e voltada à transformação social. Este evento nos convoca à necessidade do letramento,  à ação e à reparação histórica que a sociedade brasileira tanto deve às mulheres negras.”

"Hoje nós estarmos aqui, nesse espaço, com todos vocês sentados e com todas as nossas autoridades presentes, só prova que o nosso esforço e a nossa luta vêm mostrando resultado", concluiu Daniela Vasconcelos, conselheira Estadual.

Para Márcia Lamego, presidente da Comissão de Igualdade Racial, o espaço é essencial para romper com a invisibilidade: “As mulheres negras ainda são silenciadas e sub-representadas em muitos espaços. Trazer esse debate para dentro da OAB/SC é reconhecer essa ausência e trabalhar, de forma ativa, para transformá-la em presença e protagonismo.”

“Nós precisamos de mais representatividade, porque somente com representatividade é que outras meninas negras vão poder olhar para nós e dizer: eu posso ser uma advogada, eu posso, ser uma juízes posso ser o que eu quiser", completou Márcia Guimarães, presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB Itajaí.

Hoje graças ao trabalho das que estiveram lá atras fazendo por tantos de nós, estamos hoje em uma casa cheia de amigos, de colegas, de advogados e todas as pessoas que estão conosco aqui,  que fazem parte desse grande movimento de inclusividade”, disse Cláudia Prudêncio, membra honorária vitalícia e conselheira federal da OAB/SC.

Margareth da Silva Hernandes, coordenadora adjunta das Comissões, reforçou a necessidade de continuidade: “Este encontro evidencia o quanto é fundamental manter essas discussões no centro das decisões e das políticas internas — não como pauta de um único dia, mas como compromisso permanente da advocacia catarinense.”

“Muito me agrada ver este cenário, de mulheres negras aqui em busca de fazer acontecer, de tomar os espaços, os quais, se não concedidos, copados compulsoriamente”, completou Bruna dos Anjos, diretora do Núcleo de Violência Doméstica, Gênero e Prática Penal da ESA/SC.

Maria Tereza Zandavalli Lima, presidente em exercício da CAASC, reforçou o compromisso da instituição com a promoção da igualdade: “Garantir bem viver às mulheres negras é também promover saúde, dignidade e acesso pleno à cidadania. A CAASC se soma a essa luta, reafirmando seu compromisso com a advocacia em toda a sua diversidade.”